16 de jan. de 2010

A Lenda do amor

Era uma vez, no início dos tempos, um mundo em que não existiam homens nem mulheres, apenas os sentimentos que vagavam pelo planeta.

Numa tarde de chuva, os sentimentos não sabiam o que fazer.

O Tédio só ficava bocejando. A Ternura, então, propôs brincar de esconde-esconde. Todos acharam uma ótima idéia. Quer dizer, nem todos, porque o Ódio disse: - Eu não. Eu não gosto deles.

A Verdade preferiu não se esconder. Para quê? De qualquer maneira ela sempre aparecia... A Sabedoria disse que isso era uma brincadeira de tolos. É claro. A idéia não tinha sido dela... E a covardia preferiu não se arriscar... Mas a Amizade disse: - Oh! Que coisa boa, estamos todos juntos.

E a Loucura quis ser o pegador, mas a Inveja foi logo dizendo: - Por que tem que ser ela, sempre ela? Só porque é louca???

Mas a Loucura a essas alturas já estava contando: 98, 27, 35, 44, 55, 63, ...

Enquanto isso os sentimentos começaram a se esconder um a um.

O Amor não sabia o que fazer. Resolveu se esconder atrás de uma roseira, mas pensou que, logo, logo a Loucura iria encontrá-lo.

Então, resolveu se enterrar entre as raízes da roseira.

Foi o tempo exato para que a Loucura terminasse de contar: - 25, 99, 1..., lá vou eu...

Mal abriu os olhos, quem achou ao seu lado?

A Preguiça, que não tinha saído do lugar.

Caiu um raio que iluminou o céu e um dos sentimentos que ainda tentava se esconder, ora atrás de uma árvore, ora atrás de outra... Quem era? A Dúvida.

Depois, de uma só vez, a Loucura encontrou dois, pois a Inveja, é lógico, tinha se escondido à sombra do Sucesso. Começou a sentir um cheiro horrível, nogento. Aproximou-se do lixo e encontrou a Injustiça. E assim ela foi encontrando, um a um, todos os sentimentos. Mas faltava o Amor. Procurava, procurava e não o achava. Então, a Traição aproximou-se e disse baixinho: - Está na roseira.

A Loucura não entendeu. A Traição falou mais alto: - Está no meio da roseira, entre as raízes da roseira.

A Loucura, mais louca do que nunca, aproximou-se da roseira e arrancou-a de uma vez. O Amor veio junto, só que com os olhos ensangüentados.

A loucura, desesperada, perguntou: - Amor, o que te fiz?

- Tu me cegaste.

- O que posso fazer por ti?

- A partir de hoje serás o meu guia.

E é por isso que, desde aquele dia, o Amor e a Loucura andam sempre juntos.

Texto retirado do blog da amiga Claudia Gomes http://claudiacantoeconto.blogspot.com . Gostei muito para trabalhar com os alunos.

Floquinhos para você

FLOQUINHOS PARA VOCÊ

Havia uma pequena aldeia onde o dinheiro não entrava.

Tudo o que as pessoas compravam, tudo o que era cultivado e produzido por cada um, era trocado.

A coisa mais importante, mais valiosa era a Amizade. Quem nada produzia, quem não possuía coisas que pudessem ser trocadas por alimentos ou utensílios dava seu Carinho, o Carinho era simbolizado por um floquinho de algodão. Muitas vezes era normal que as pessoas trocassem floquinhos sem querer nada em troca. As pessoas davam seu Carinho, pois sabiam que receberiam num outro momento ou outro dia.

Um dia uma mulher muito má que vivia fora da aldeia, convenceu um pequeno garoto a não mais dar seus floquinhos, desta forma ele seria a pessoa mais rica da cidade e teria o que quisesse. iludido pelas palavras da malvada, o menino que era uma das pessoas mais queridas da aldeia passou a juntar Carinhos e em pouquíssimo tempo sua casa estava repleta de floquinhos ficando até difícil de circular dentro dela. Daí então quando a cidade já estava praticamente sem floquinhos as pessoas começaram a guardar o pouco Carinho que tinham e toda a Harmonia da cidade desapareceu. Surgiram a Ganância, Desconfiança, o primeiro Roubo, o Ódio, a Discórdia, as pessoas se Xingaram pela primeira vez e passaram a Ignorar-se pelas ruas.

Como era o mais querido da cidade, o garoto foi o primeiro a sentir-se Triste e Sozinho, o que fez o menino procurar a velha para perguntar-lhe e dizer-lhe se aquilo fazia parte da riqueza que ele acumularia. Não a encontrou mais, ele tomou a decisão, pegou uma grande carriola colocou todos os floquinhos em cima e caminhou por toda a cidade distribuindo aleatóriamente seu Carinho, a todos que dava carinho apenas dizia:

- Obrigado por receber meu Carinho.

Assim, sem medo de acabar com seus floquinhos ele distribuiu até o último Carinho sem receber um só de volta.

Sem que tivesse tempo de sentir-se sozinho e triste novamente, alguém caminhou até ele e lhe deu Carinho. um outro fez o mesmo... mais outro... e outro... até que definitivamente a aldeia voltou a ser a mesma.

MORAL DE HISTÓRIA: Nunca devemos fazer as coisas pensando em receber algo em troca, mas devemos fazer sempre. Lembrar que um amigo existe é muito importante, muito mais importante que cobrar dos outros que se lembrem de você, pois assim, você estará querendo acumular amizades sem fazer o seu papel de amigo. Receber Carinho é muito bom, e o simples gesto de lembrar dos amigos é a forma mais simples de fazê-lo.

NENHUM CAMINHO É LONGO DEMAIS, QUANDO UM AMIGO NOS ACOMPANHA.

Texto retirado do blog da amiga Claudia Gomes http://claudiacantoeconto.blogspot.com . Gostei muito para trabalhar com os alunos.

15 de jan. de 2010

1 de jan. de 2010